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05/06/20

Pandemia escancara importância da sustentabilidade, aponta diretor do Seesp

Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6), neste ano em meio à pandemia, não poderia deixar de relacionar esta realidade à sustentabilidade do planeta.

Carlos Alberto Guimarães Garcez, vice-presidente do SEESP. (Foto: Beatriz Arruda)Carlos Alberto Guimarães Garcez, vice-presidente do SEESP. (Foto: Beatriz Arruda)

O Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp), filiado à Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), não está alheio a essa fundamental discussão, como é sua tradição. Nesta data, em realização conjunta com a FNE, encerraria mais uma edição do seu Encontro Ambiental do Vale do Paraíba (EcoVale), na Universidade de Taubaté. Previsto para ocorrer entre 3 e 5 de junho, em função do necessário distanciamento social diante da pandemia de Covid-19, foi adiado para novembro próximo - em comum acordo com seus patrocinadores (Mútua-SP - Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea, Comgás e Sicoob Cecres) e apoiadores.

O evento, ano a ano, aborda temas constantes do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – lançado pela FNE em 2006 e atualizado desde então, cuja plataforma pensada para o País propugna por crescimento econômico com preservação do ambiente e inclusão social – e discute experiências e aspectos contemporâneos.

Portanto, como afirmou seu idealizador e coordenador, o vice-presidente do SEESP, Carlos Alberto Guimarães Garcez, em novembro certamente jogará luz sobre pandemia e meio ambiente. Para ele, um dos pontos evidenciados na situação atual é a necessária transformação no modo de vida – o que vai ao encontro de projeto nacional de desenvolvimento sustentável defendido pelo SEESP ao longo dos anos.

Com a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de distanciamento social para conter a disseminação do novo coronavírus, Garcez observa: “Tem havido certo cuidado em evitar aglomerações. A reeducação do comportamento social e ambiental tem tido impactos positivos, por exemplo em relação à poluição nas cidades. Além disso, o ciclo de degelo nas geleiras se modificou para melhor. E a diminuição do número de voos internacionais reduziu seus poluentes a quase zero.” O vice-presidente do sindicato exemplifica ainda que na Alemanha, em um lago, agora se veem peixes, o que não ocorria.

A tragédia com a pandemia que tem ceifado milhões de vidas escancara ainda o grave problema de desigualdade social no País e no mundo – dados indicam que no Brasil, em particular, há muito mais mortes nas periferias, dada a pobreza e precariedade no saneamento básico.

Como abordou a vice-presidente da Delegacia Sindical do SEESP no Grande ABC, Silvana Guarnieri, em live promovida pela Agência Sindical no dia 2 de junho, se os investimentos necessários em saúde pública e saneamento tivessem sido feitos, as condições para enfrentamento da pandemia seriam melhores. Portanto, como ressaltou, “há muito por fazer” (confira matéria aqui).

Vírus como consequência

Outra questão a que cientistas têm se debruçado foi abordada em live na última quarta-feira (3/6) realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) como parte da série que ocorreu durante esta semana: o vírus como consequência da destruição ambiental.




Imagem: Site Pnuma


A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Márcia Chame, explicou no ensejo: “Como cientistas, tentamos simplificar coisas extremamente complexas. Há todo um processo e diversos fatores que acabam degradando o ambiente, e a perda de biodiversidade nos leva à emergência de doenças. Depois de armas e drogas, o tráfico de animais silvestres é o terceiro no mundo. Quando você tira o animal de um lugar e o leva para outro, tem o cenário ideal para a replicação de agentes infecciosos antes restritos àquela espécie.”

Ela enfatizou que “parasitas são também parte da natureza. O processo de desequilíbrio rompe as barreiras biológicas”. Em meio à globalização, na avaliação de Chame, o novo coronavírus encontra ambiente ideal para sua disseminação “como rastilho de pólvora, circulando no mundo inteiro de maneira gigantesca”.

A pesquisadora é enfática: “Nós provocamos esse tipo de coisa. Esse processo não é único, mas não percebemos porque nos afastamos da natureza. Vamos ter que buscar um novo mundo, esse é nosso desafio.” Um mundo em que se preservem as áreas de floresta e haja equilíbrio no uso de recursos naturais. “Não há natureza infinita, essa é uma das questões primordiais. Ou partimos para o inferno de guerras e conflitos ou entendemos e criamos sistemas mais generosos. Temos muito a aprender com os sertanejos, boiadeiros, indígenas. Unir esses saberes ao conhecimento científico na busca de soluções, que existem.”

Garcez concorda e observa que embora ainda não haja comprovação científica sobre as causas da pandemia, “sem dúvida alterar os ecossistemas é bagunçar o equilíbrio da vida nesse planeta. Com isso, tudo pode acontecer”.

Soraya Misleh
Comunicação SEESP





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