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17/04/20

Artigo - A Covid-19 vai passar e a humanidade vai vencer

Carlos Magno Corrêa Dias

A partir da metade do mês de janeiro de 2020 começou a ser noticiado com maior frequência casos de contaminação por um vírus que gera doença respiratória aguda e pode levar à morte. Provisoriamente este vírus foi denominado de 2019-nCOV e agora assusta a humanidade de forma intensa.

O 2019-nCOV é um coronavírus um pouco diferente daquele que causa a SARS (em português: Síndrome Respiratória Aguda Grave), é muito contagioso entre seres humanos e é o causador da hoje conhecida doença Covid-19 que já gerou a pandemia de Covid-19 conforme declarou a OMS (Organização Mundial da Saúde) em 11 de março de 2020.

Pouco se conhece sobre o coronavírus causador da doença Covid-19, mas sabe-se que o mesmo apresenta proximidade genética com os coronavírus comuns entre os animais, não se tendo ainda certeza se o coronavírus da Covid-19 foi ou não originado de coronavírus de animais.

Os coronavírus pertencem a um grupo de vírus de genoma de RNA (RiboNucleic Acid; em português: Ácido RiboNucleico - ARN) simples de sentido positivo e serve diretamente para a síntese proteica. Conhecidos desde a metade dos anos 1960 os coronavírus comuns contaminam a maioria das pessoas ao longo de suas vidas causando infecções respiratórias brandas a moderadas e de curta duração.


Mas, o coronavírus causador da doença Covid-19 é grave sim, pode ser letal e não responde ao tratamento com antibióticos; condição esta que piora ainda mais a situação. Sendo zoonótico (transmitido originalmente de animais para seres humanos, pelo que algumas evidências indicam) é único e somente na medida que o surto se desenvolver é que ter-se-á, efetivamente, as taxas de mortalidade que atualmente se mostram mais baixas que a MERS (em português: Síndrome Respiratória do Médio Oriente) e a SARS.


O coronavírus da Covid-19, batizado oficialmente como SARS-CoV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave - CoronaVírus 2), é o sétimo coronavírus conhecido, sofre mutações e, possivelmente, saltou a barreira entre espécies para infectar seres humanos.


A Covid-19 é transmitida (principalmente) de pessoa para pessoa por intermédio das gotículas provenientes da tosse ou dos espirros de uma pessoa infectada as quais são transportadas pelo ar. De outra forma, as pessoas podem contrair a infecção, também, ao tocar superfícies ou objetos que tenham o vírus e depois colocar a mão na sua própria boca, nariz ou olhos. Então, um simples aperto de mãos pode gerar a transmissão.

A doença ataca o trato respiratório superior gerando sintomas iniciais variados tais como os de um resfriado comum. Assim, no início, a pessoa infectada pode ter coriza, dores no corpo e na garganta (raramente dor de cabeça), espirros, febre branda e passageira; sintomas estes que podem durar alguns poucos dias.

Mas, os sintomas podem evoluir para febre alta incessante acima de 37,8 ºC, falta de ar, dor ou pressão persistente no peito, cansaço extremo, congestionamento nasal, diarreia, confusão mental, lábios ou rosto azulados, dentre outros.

Embora exista a “crença” que a Covid-19 seja mais leve que a SARS ou a MERS, a pandemia de Covid-19 é preocupante e as projeções para expansão da doença não são das melhores uma vez que não se descobriu ainda um tratamento efetivo ou uma vacina. Logo, devemos nos proteger seguindo as orientações básicas apresentadas pelos especialistas sem, contudo, nos desesperarmos e criarmos o pânico disseminando o medo.

Por mencionar medo e pânico, considere a curta história a seguir.

"Um dia a Sensatez encontrou a Peste que seguia lentamente em sentido oposto ao da Sensatez, mas na mesma direção da cidade de Prosperidade. Eram dias atribulados e tensos. Incomodada com a tranquilidade da Peste, a Sensatez perguntou onde ia a Peste com tamanha calma. A Peste, então, disse: estou indo ali na Prosperidade matar cem mil pessoas e, sem nada mais a dizer, seguiu a Peste o seu caminho. A Sensatez ficou estarrecida, meio incomodada, mas, também, seguiu sua viagem sem olhar para trás. O tempo passou até que em um dado dia a Sensatez e a Peste se encontraram novamente. A Sensatez sabendo que haviam morrido mais de um milhão de pessoas em Prosperidade, então, indagou a Peste, com ares de censura: por que você mentiu? Mas, para surpresa da Sensatez, a Peste respondeu: menti não; matei apenas cem mil pessoas como havia lhe dito. E a Peste completou antes que a Sensatez retrucasse: as outras mortes foram causadas pelo pânico. E a Peste seguiu, outra vez, bem tranquilamente, seu caminho em sentido oposto ao da Sensatez”.

A história adaptada apresentada no parágrafo anterior bem serve como alerta para não nos desesperarmos e criarmos um caos ainda maior diante dos desconhecidos sobre a Covid-19. O momento que vivenciamos é extremamente difícil e, possivelmente, a humanidade nunca tenha passado por uma situação tão complexa. Não temos ainda a solução. Somente poucas medidas paliativas e incertas estão sendo experimentadas. Sejamos, então, inteligentes e não permitamos que o medo ou o pânico, trabalhem a favor da Covid-19. Vamos apreender que os homens necessitam colaborar entre si e não mais competir uns com os outros. Nossa inimiga a vencer é a Covid-19.

Colaborar, neste momento, significa seguir as orientações que pensadas pelos correspondentes profissionais podem nos ajudar tais como entender que não sendo necessário, urgente ou obrigatório, devemos ficar em casa.

A “vida” é quântica (infinitas são as possibilidades de resultados ou de soluções possíveis), mas a “morte” é cartesiana (dicotômica e bivalente), diante dela existem apenas duas possibilidades que mutuamente se excluem: “você não está morto” ou exclusivamente “você está morto”. A economia, o mercado, sempre vão se recuperar, irão se reinventar caso necessário; mas, um morto em decorrência da Covid-19 sempre será um morto, não tendo como recuperar sua vida perdida.

Diversos profissionais que não podem ficar em casa estão trabalhando para manter o mundo funcionando ou para encontrar uma solução para a Covid-19. Como está sendo proclamado: “nós estamos lá no trabalho por vocês; se vocês podem fiquem, então, em suas casas por nós”. Embora, uma mensagem muito simples, uma questão fundamental para a humanidade. Tudo passa. Inclusive este grave período passará.

As formas de transmissão da doença Covid-19 ainda estão em estudo, mas a disseminação de pessoa para pessoa já é comprovada ser intensa. Então, em particular, cuidados ao tossir ou espirrar são, também, necessários em todo lugar porque secreções já contaminadas espalham muito rapidamente a doença.

Em todas as situações recomenda-se tossir ou espirrar em cima do seu antebraço, mantendo-se uma distância entre pessoas a partir de um metro e meio. Porém, o uso de máscaras de proteção, mesmo para os não infectados, passa a ser recomendado. Use máscaras de proteção. Elabore a sua, de preferência de pano. Vários tutoriais ensinam como produzir tais equipamentos de forma simples e com pedações de tecido que você tenha em casa.

Outras ações mais simples, também, são recomendadas tais como lavar bem as mãos várias vezes por dia; beber muito líquido, em público evitar participar ou gerar aglomerações, cuidar bem da higiene pessoal e da limpeza dos ambientes onde habitamos mantendo-os bem arejados.

Mas, seguir recomendações determinadas pela incerteza, pelo não saber, sempre podem gerar atritos ou desavenças tendo aqueles que defenderão as medidas sugeridas e outros que as questionarão ou mesmo não as seguirão.

Todavia, é fato, também, que antes de uma séria crise anunciada acontecer as pessoas, geralmente, julgam que as medidas tomadas são exageradas. Depois que a crise passar e inúmeros forem afetados muitos dirão que as mesmas medidas tomadas foram incipientes, fracas, e que o mundo deixado poderia ser melhor.

Seja como for, vamos seguir e praticar com responsabilidade as orientações sobre os cuidados a tomar contra a disseminação da Covid-19. Sejamos inteligentes. Sejamos prudentes. O mundo está em constante transformação. As curvas econômicas continuarão a ser desenhadas. Após uma séria crise o mundo sempre se reinventará. A Covid-19 vai passar e a vida seguirá seu curso necessariamente. A humanidade vai vencer como sempre.

Que esta situação inusitada (estranha, assustadora) promovida pela doença Covid-19 que estamos vivendo nos permita percebermos mais adequadamente o mundo, a humanidade, o próximo; nos possibilitando entender, também, efetivamente, civilidade, respeito, sustentabilidade, cooperação, para podermos viver melhor em um mundo que sempre a cada novo amanhecer se apresenta com novas possibilidades.

* é conselheiro efetivo do Conselho das Mil Cabeças da CNTU, conselheiro sênior do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema Fiep, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Científico em Engenharia e na Indústria (GPDTCEI), líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC), personalidade empreendedora do Estado do Paraná pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep).



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