Para reduzir desemprego, é preciso crescer mais
Comentando pesquisa da Fiesp, que mostra aumento da atividade industrial maior do que a criação de empregos, o economista Cláudio Salm, professor da UFRJ, afirma que a produção tem de crescer mais que a produtivida
De acordo com pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) junto a empresários, a recuperação da atividade industrial não está sendo acompanhada pela criação de empregos na mesma proporção e velocidade.
Diferentemente, a expansão da produção, em boa parte, é sustentada pelo aumento da produtividade dos trabalhadores no período de recuperação, somada ao esforço dos empregados que permaneceram no mercado.
De acordo com o economista Cláudio Salm, professor da UFRJ, a produção tem de crescer mais que a produtividade para gerar empregos:
"Essa discussão é antiga. É verdade que a produtividade joga contra o emprego, por isso, a produção tem de crescer mais que a ela. A teoria do comércio internacional, que tem origem em David Ricardo, grande teórico das vantagens comparativas, dizia que aumento da produtividade só é bom se houver crescimento. Caso contrário, resulta em desemprego e miséria", lembra.
Salm disse, ainda, que o crescimento não precisa, necessariamente, se dar no setor que apresenta aumento da produtividade e lembrou que, em alguns casos específicos, quando há renovação total de um parque industrial, a situação pode ficar "dramática".
Segundo a Fiesp, de um total de 365 empresas consultadas, 76% disseram esperar aumento de produção no primeiro semestre deste ano e só 6% falaram em queda.
Entre os empresários ouvidos, 81% pretendem realizar, este ano, investimentos capazes de aumentar em 15%, na média, a sua capacidade produtiva.
Em contrapartida, os empresários estão divididos em relação à contratação de empregados: 51% pretendem fazê-lo e 49%, não. Em média, as empresas têm expectativa de ampliar em 7,36% o seu quadro de pessoal no semestre. (Fonte: Monitor Mercantil)
Leia matéria sobre a pesquisa da Fiesp em O Estado de S. Paulo (17/02/2010)
Produtividade cresce e dificulta expansão do emprego na indústria
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