Os perigos dos cursos a distância na área de saúde
Entidades profissionais, reunidas recentemente em Brasília, mostraram-se preocupadas com portaria ministerial que libera cursos na modalidade a distância na área de saúde.
A Comissão Intersetorial de Saúde Bucal (Cisb), vinculada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), em reunião nos dias 28 e 29 de setembro último, em Brasília, decidiu encaminhar ao Pleno do CNS uma proposta para que se faça uma grande campanha nacional esclarecendo sobre as consequências que a adoção da Educação a Distância (EAD) integral dentro da área da saúde pode acarretar ao serviço de saúde oferecido à população.
A decisão veio após a apresentação do cirurgião-dentista Marco Manfredini, secretário-Geral do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), sobre os impactos da Portaria nº 11/2017, do Ministério da Educação, que regulamenta a oferta de cursos superiores a distância na formação das equipes de saúde bucal para o Sistema Único de Saúde (SUS). Convidado pela Cisb para fazer a apresentação, Manfredini afirmou: “A gente tem que ampliar a discussão sobre os efeitos dessa situação para sociedade como um todo. Não podemos ficar restritos ao debate nos conselhos profissionais, sindicatos e associações da área da saúde.”
A comissão avaliou que a aplicação da modalidade EAD na formação de cirurgiões-dentistas e dos demais profissionais de saúde provocará consequências negativas não apenas para o processo de formação dos trabalhadores, mas, sobretudo, impactará negativamente na qualidade das ações e serviços de saúde, ameaçando, em consequência, a vida da população.
O atual coordenador da Cisb é o cirurgião-dentista Cláudio Nascimento, diretor de Política e Formação Sindical da Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO).
Comunicação CNTU
Do jornalista Paulo Passos da FIO
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