10/08/18

Reconstruir a democracia e o desenvolvimento do País

Na tarde da sexta-feira, 10/8, na capital de São Paulo, a CNTU deu início às atividades da sua 12ª jornada rumo ao Brasil 2022, ano em que se comemora o bicentenário da Independência e marco dos 100 anos da Semana de Arte Moderna, tendo como tema principal do debate “A CNTU e as eleições 2018: democracia, desenvolvimento e trabalho”.

À abertura, o diretor de articulação nacional da CNTU, Allen Habert, ressaltou a relevância do debate a 58 dias das eleições, previstas para outubro próximo, na conjuntura atual do País de crise e descrédito político que chamou de “situação inusitada”, mostrando a contribuição que a confederação tem a dar com o debate.

A CNTU, que celebra 12 anos de nascimento em dezembro próximo, congrega 59 sindicatos e quatro federações, e se coloca como protagonista no desenvolvimento de nação representando mais de 2 milhões de profissionais de nível universitário, conforme destacou Habert. “E nós temos um enorme desafio de reconstruir a democracia e reconstruir o desenvolvimento do País”, salientou o diretor.

Em sua fala, Habert pontuou a venda da Embraer e o desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS) como símbolos de desnacionalização e perda da soberania brasileira. “A CNTU diz não a isso”, ele frisou. No entanto ressaltou uma boa notícia: a atuação do sindicalismo, embora afetados pela “deforma trabalhista”. E defendeu: “Vamos atravessar sim essa tempestade e mostrar a importância do sindicalismo”.

O presidente da CNTU, Murilo Pinheiro, lembrou que nesta mesma data do debate da entidade, as centrais sindicais promoveram o “Dia do Basta”, com agenda de mobilizações por todo o País em defesa de empregos, preservação dos direitos e garantia da aposentadoria. “Temos a oportunidade de debater eleições, de ir atrás dos candidatos, de perguntarmos como pensam reforma trabalhista, como pensam SUS (...) Temos que participar efetivamente”, conclamou Pinheiro.

Nesse sentido, a vice-presidente da CNTU, Gilda Almeida de Souza, apontou como dever da confederação promover o debate. “Só teremos um país independente e soberano com a participação dos trabalhadores”, ela afirmou. “Desenvolvimento sem trabalho não existe”, contribuiu Pedro Afonso Gomes, presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo (Sindecon-SP). Na mesma direção falou Ernane Silveira Rosas, presidente da Federação Interestadual dos Nutricionistas (Febran), ressaltando a importância de se votar bem. “O voto vale vidas, vale o desenvolvimento”, ele opinou.

Também compuseram a mesa de abertura os diretores José Carlos Rauen, representando os engenheiros, e José Carrijo Brom, representando os odontologistas. Estiveram presentes ainda o vereador de São Paulo Gilberto Natalini (PV) e o deputado federal Carlos Zarattini (PT). “Não há nada que possa substituir o regime democrático (...) Vamos ao que nos une, a defesa do regime democrático no País”, destacou Natalini.

Homenagem a Audálio Dantas

Em reconhecimento ao legado de luta em prol de um país justo, soberano e democrático, a CNTU realizou uma homenagem ao jornalista Audálio Dantas, falecido em 30 de maio último, vítima de câncer. Em 2017, Dantas foi empossado conselheiro consultivo da CNTU, durante 11ª Plenária da confederação.

“Ele era a pessoa capaz de olhar essa bagunça que estamos vivendo e enxergar um caminho”, apontou o escritor e amigo de Dantas, Ricardo Ramos Filho. O jornalista João Franzin, da Agência Sindical, recordou a história da liderança, que foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) de 1975 a 1978, deputado federal em 1978, e presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fnaj) de 1983 a 1986.

Franzin lembrou que Dantas conduziu a denúncia do assassinato de Vladimir Herzog, em plena ditadura militar. “Quero saudar o grande sindicalista, o maior presidente que o meu sindicato já teve, e dificilmente haverá um presidente do quilate moral, cívico e profissional de Audálio Dantas”, exaltou Franzin.

Em meio aos aplausos e gritos de “Audálio vive!”, a vice-presidente da CNTU entregou flores à Vanira Kunc e Mariana Dantas, esposa e filha de Audálio Dantas, concluindo a homenagem.