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28/05/20

Brasil teve 1.118 greves em 2019, aponta balanço do Dieese

Dados foram extraídos do Sistema de Acompanhamento de Greves, que reúne informações sobre as paralisações realizadas pelos trabalhadores brasileiros desde 1978 e conta, atualmente, com mais de 40 mil registros.

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Em 2019, o Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) registrou 1.118 greves, sendo 566 dos trabalhadores da esfera pública e 548 da esfera privada. As informações fazem parte do balanço anual de greves do órgão, divulgado no último dia 26 de maio.

Das 360 greves no serviço privado (32% do total anual) sobre as quais foi possível obter informações a respeito do desfecho, 71% lograram algum êxito no atendimento às reivindicações. Já em relação à quantidade de horas paradas, que equivale à soma das horas de cada greve, as mobilizações dos trabalhadores da esfera pública também superaram aquelas da esfera privada: em termos proporcionais, 73% das horas paradas nas greves de 2019 corresponderam a paralisações na esfera pública.

No serviço público, das 155 greves sobre as quais se obteve informações a respeito de desfecho (30% do total do funcionalismo público), 57% tiveram algum êxito no atendimento às suas reivindicações.

Dentro da esfera pública, o SAG-Dieese registrou 523 greves nos três níveis administrativos do funcionalismo público, que contabilizaram 31 mil horas paradas. Os servidores municipais deflagraram quase dois terços dessas paralisações (63%), registrando proporção um pouco menor (61%) no total de horas paradas.

Das 1.118 paralisações registradas, 135 continham informações sobre o número de grevistas envolvidos (o que corresponde a cerca de 12% do total). Dessas, 67% reuniram até 200 grevistas. Paralisações com mais de 2 mil trabalhadores constituíram apenas 7% dos protestos realizados.

Do total, somente 360 (32%) continham informações sobre os meios adotados para a resolução dos conflitos. Na maior parte dessas (83%), chegou-se a termo por meio da negociação direta e/ou mediada; em um terço (33%) houve algum tipo de envolvimento do poder Judiciário.

Houve 431 (39%) greves de advertência e 646 (58%), por tempo indeterminado. As paralisações de advertência são mobilizações que têm como estratégia o anúncio antecipado de seu tempo de duração – com a definição, na ocasião em que são deflagradas, do momento em que serão interrompidas.

Pauta de reivindicações
Em 2019, 82% das greves incluíam itens de caráter defensivo na pauta de reivindicações, sendo que mais da metade (53%) referia-se a descumprimento de direitos e pouco menos da metade (46%), à manutenção de condições vigentes.

Reivindicações relacionadas ao pagamento de vencimentos em atraso (salário, férias, 13º e vale salarial) foram as mais frequentes (43%). Em seguida, presentes em 34% das greves, está a exigência de reajuste nos salários e nos pisos salariais .

Boa parte das greves nos serviços privados (asseio e conservação, transportes e saúde) foi realizada por trabalhadores de empresas concessionárias de serviços públicos (empreiteiras de mão de obra, empresas de transporte e organizações sociais) tendo, portanto, direta ou indiretamente, relação com a gestão do Estado. Também fazem parte desse grupo, evidentemente, as paralisações em empresas estatais (4%).

No setor de serviços privados (427 greves), destacam-se as mobilizações dos trabalhadores dos transportes (160), que envolvem principalmente os rodoviários dos coletivos urbanos; dos trabalhadores de turismo e hospitalidade (117), grupo do qual fazem parte principalmente coletores de lixo e varredores de rua; e dos trabalhadores da saúde (74), principalmente dos empregados em Organizações Sociais.


Na indústria privada (118 greves), os metalúrgicos cruzaram os braços 60 vezes e os trabalhadores da construção, 40.

Entre as paralisações do funcionalismo público (523 greves), destacam-se as dos servidores de educação (209), saúde (80) e segurança pública (46). No funcionalismo dos municípios ocorreram 119 greves gerais (envolvendo trabalhadores de diversas pastas); e no dos estados, 40.

O balanço destaca a realização, em 2019, de grandes protestos de rua que, liderados pelos educadores, receberam apoio popular por todo o país. Em 24 de abril, 15 de maio, 13 de agosto e, por fim, em 2 de outubro, os manifestantes protestaram contra os contingenciamentos de verbas por parte do Ministério da Educação e em defesa das pesquisas científicas.

Ainda de acordo com a análise, mesmo em momento de queda consistente no número de greves, que vem caindo há três anos, as mais de mil greves deflagradas em 2019 ocorreram em ambiente resolutamente hostil à sustentação de mobilizações de trabalhadores. No pano de fundo das greves e mobilizações estão: o fim do financiamento das entidades sindicais, à permanência do desemprego, o avanço do trabalho informal; as baixas expectativas de futuro e, sobretudo, e a ampla sensação de instabilidade, que se intensifica com a recente reconfiguração das forças políticas do país.


Acesse a íntegra do balanço neste link.


Comunicação CNTU com informações do Dieese



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