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28/03/14

Formação política e sindical empodera as mulheres, diz odontologista

Para a vice-presidente do Sinodonto-MT, Niciane Okumura, a contribuição do movimento sindical e a FIO se reflete na militância da odontologista de maneira ampla

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A conquista da maioria feminina na Odontologia, ocupando hoje 56% do mercado de trabalho, de acordo com a  Associação Brasileira de Odontologia (ABO), foi gradativa: há 40 anos, a profissão era praticamente  masculina, com   90%  homens, que seguiram dominando a área até o final da década de 90, quando as coisas se inverteram.

Hoje, as odontologistas são maioria em 25 dos 27 Estados do Brasil,  a exemplo do Mato Grosso, onde a sindicalista Niciane começou sua profissão e,  há uma década,  tornou-se sindicalista, contribuindo para fortalecer a participação feminina.

Como foi tornar-se uma dirigente dos Odontologistas?

Durante a vida acadêmica não fiz parte de  centro acadêmico ou diretório central, mas nunca fui passiva frente a situações que julgava injustas. Ingressei na vida sindical há dez anos atrás. Porém fui convidada apenas para "compor chapa". A proposta foi essa: eu não precisaria me envolver, meu nome seria usado para completar os números necessários de diretores e conselheiros fiscais.  Mas, como não sei fazer nada sem me envolver completamente, fui me apaixonando pela história e causas sindicais. Na primeira gestão, eu era componente do conselho fiscal, na segunda fui tesoureira, na terceira presidente e atualmente sou vice-presidente do Sinodonto-MT.

Odontologia é hoje uma profissão com maior participação das mulheres.  Isso se refletiu na representação feminina das odontologistas na vida sindical?

Quando ingressei nesse meio , os homens ainda eram maioria absoluta na diretoria do Sinodonto-MT, porém na atual diretoria há, entre diretores, conselho fiscal efetivo e suplente, e diretoria de base da FIO, efetiva e suplente, cinco homens e onze mulheres. Nunca observei aqui em Mato Grosso a segregação de gênero. O que percebo é a despolitização e o despreparo para as questões sindicais dos cirurgiões-dentistas de uma maneira geral.

E no mercado de trabalho?

Atualmente não identifico dificuldades em relação ao gênero e ao estabelecimento no mercado de trabalho, seja na rede privada ou na rede pública, seja na capital ou no interior do estado.A odontologia acompanhou o cenário nacional, ou seja, houve a feminilização da categoria. Não vejo uma diferenciação de remuneração entre homens e mulheres por aqui

Apesar da pouca representatividade das mulheres na política, você acha que a presença de uma mulher na Presidência tem contribuido para melhorar essa participação?

Tem sim, ainda que de maneira paliativa e incipiente. Aqui em Mato Grosso , o Sinodonto-MT tem, pela segunda vez, uma presidente, ao longo de seus vinte e seis anos de fundação. Também friso que pela primeira vez o Conselho Regional de Odondologia (CRO-MT) tem uma presidente, Dra. Christiane Raso Tafuri.

No universo sindical, quais questões de gênero aparecem na luta odontologista?

Nosso maior foco em relação a questão de gênero é a da progressão de carreira diferenciada para as mulheres, em relação proporcional ao tempo de contribuição que é menor para as mulheres do que para os homens.Atualmente, na carreira pública progredimos de 3 em 3 anos - o que resulta em uma majoração salarial. Os planos de cargos, carreira e salários ou vencimentos prevêem tal progressão, então nossa proposta é que possamos progredir com um tempo menor que os homens, haja vista que nos aposentamos com um tempo menor de contribuição, com o objetivo de que possamos alcançar o último nível salarial quando da aposentadoria. Nossa luta ainda está incipiente nesse sentido, estamos trabalhando no embasamento dessa proposta para iniciar as negociações com os gestores públicos.

E o movimento sindical contribui para a luta das mulheres de modo geral?

Acredito que a principal contribuição do Sinodonto-MT e da FIO se reflete na formação política e sindical, não apenas de dirigentes, mas das militantes da odontologia para seu empoderamento. E não apenas para a questão de gênero, mas de uma maneira bem mais ampla.

A CNTU  fará o 1º Encontro da Profissional Universitária e pretende formular propostas com foco  na  mulher na saúde, na política e no sindicalismo. Que propostas ou preocupações as odontologistas poderão levar nessas três áreas?

Formação política e sindical, objetivando o empoderamento da mulher, isonomia salarial  e fortalecimento e implementação da política de saúde da mulher, respeitando-se as particularidades regionais e geográficas,  como endemias, situações climáticas, distância entre municípios, índices de violência contra a mulher, entre muitos outros. Eu não poderei participar por uma questão de agenda, mas o Sinodonto-MTserá representado no evento por nossa presidente, a Dra. Juliane Antunes Maciel.

Esse encontro está sendo organizado pelo  Coletivo de Mulheres da CNTU.  Qual sua proposta para que o Coletivo ajude a tornar realidade as resoluções que forem adotadas no Encontro, por parte do conjunto das federações?

Eu não participo do Coletivo mas creio que seja importante nomear grupos de trabalho que sejam, de fato, responsáveis pelo acompanhamento ou execução das propostas, resoluções e determinações que surgirem no Encontro. Parabenizo o pioneirismo da CNTU na criação do Coletivo  e na realização do 1º Encontro da Mulher Universitária. Acredito que esse tipo atitude nos trará um futuro livre de qualquer tipo de preconceito ou diferenciação em relação a gêneros, um problema que atualmente tem caráter cultural e se encontra arraigado na sociedade brasileira.

 



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