Graduação valoriza o profissional, defende economista
A defesa foi feito pelo dirigente sindical, cuja entidade compõe a CNTU, em entrevista especial à Agência Sindical.
Pedro Afonso Gomes, presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo (Sindecon-SP), em entrevista à Agência Sindical, defendeu a continuidade da graduação do Economista e ressalta a importância desse profissional à coletividade. Confira, a seguir, a opinião sobre o tema.
Agência Sindical - Por que você defende a graduação, ou seja, o bacharelado do economista?
Pedro Afonso Gomes - Todas as profissões de nível universitário exigem que o profissional seja graduado na área, não basta que tenha mestrado e doutorado. Não somos contra mestres e doutores, mas profissional é aquele graduado naquela área. Quem escolheu outra graduação, que não de Economia, automaticamente escolheu outra profissão e vai exercer essa outra profissão.
Queremos preservar uma tradição que vem desde 1931, quando foi criado o curso de graduação em Economia. Isso gera uma espécie de marca para o Economista, consolidando o conceito desses profissionais junto à sociedade.
Certas pessoas propõem que mestres ou doutores em Economia – não graduados na área, mas em Engenharia, Direito, Administração etc. – venham a ter a profissão de economista. Somos contra, não por achar que mestres e doutores sejam profissionais ruins, mas é que o economista reúne algumas características próprias.
Qual o ganho para a sociedade que o profissional seja um economista graduado?
A sociedade ganha na medida em que o curso de Economia é um dos mais difíceis da área de Humanas, talvez o mais difícil. Nesse curso se estuda o quê? Teoria econômica - macro e microeconomia; que estuda os métodos chamados quantitativos (matemática, estatísticas, econometria); estuda a história humana; história cultural; história também do pensamento econômico. Esse cabedal, que tem outras matérias também, facilita ao graduado entender a realidade social e econômica.
Você preside o sindicato, mas existem também a ordem e o conselho dos Economistas. Em que essas duas instituições se completam e favorecem o profissional?
São três entidades. Uma é a Ordem dos Economistas do Brasil, que é uma associação cultural. A ideia básica, na fundação da Ordem, foi que ela promovesse a ciência econômica e o debate econômico. Nada a ver com o exercício profissional ou a fiscalização do exercício. Quem fiscaliza é o Conselho Regional de Economia. Ao Conselho cabem a fiscalização e o registro dos economistas. Ao Sindicato, cabem o fomento do mercado de trabalho, o aperfeiçoamento e a atualização dos profissionais, pra servir melhor à sociedade.
Essas três entidades têm ações em comum?
Historicamente, sim. O sindicato dos economistas é o mais antigo do Brasil, fundado em 1935. Em 1947, diretores do Sindicato começaram a ter a ideia de criar a Ordem. Então, até 1978, o Sindicato compunha o Conselho, indicava todos os conselheiros.
Nas ultimas décadas, na maior parte do tempo, tem havido a colaboração entre as três organizações. O Sindicato, que eu me recorde, nos últimos 12 anos em que eu sou diretor, sempre teve abertura tanto para o Conselho quanto para a Ordem.
Como é a contratação do economista?
Entre aqueles que estão hoje na categoria, nós dividimos em três situações; 25% já se aposentaram, continuam com a possibilidade de trabalhar, pois possuem o registro, mas já não estão muito na ativa. Hoje, mais da metade dos profissionais não empregados ou é autônoma ou tem sua pequena empresa de economia e finanças, consultorias, perícias, avaliações etc. E cerca de 10% são de funcionários públicos. Mais ou menos uns 25% são celetistas. A maioria é não celetista.
O economista costuma ter alguma especialização; você é especializado em reestruturação de empresas. É preciso fazer curso para a pessoa se especializar?
Na verdade, desde que eu era gerente no Banco do Brasil, atuo nessa área de estruturação. A gente, evidentemente, tem não só de conhecer os conceitos e a realidade econômica, mas também adentrar na especificidade de cada empresa, conhecer o ramo e tentar recuperar. Nesse setor, a gente distingue duas coisas. Uma é a reestruturação, uma ação econômica da empresa antes de pedir a recuperação. Só que, desde 2005, existe a chamada recuperação judicial. Então, os economistas atuam em uma ou outra buscando fazer com que a empresa restabeleça sua capacidade de produção e de gerar empregos.
A um jovem que queira ingressar no mercado e constituir uma carreira, você diria que vale a pena ser economista?
Digo com tranquilidade que trabalho existe. Mas, claro, todo início de carreira é difícil. Por isso que o Sindicato oferece apoio especial ao jovem Economista. Temos plantões para tentar direcionar o profissional a determinadas áreas, para que ele consiga o seu emprego. Se não o emprego, mas orientando como ser empreendedor, identificar oportunidades e ir atrás das oportunidades que estão surgindo.
Como a pessoa entra em contato com o sindicato?
Nosso site é www.sindeconsp.org.br e o telefone é o 3872.9880.
Da Agência Sindical
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