22/10/15

Como garantir a boa gestão das entidades sindicais

Administração das instituições deve buscar eficiência, eficácia e efetividade, levando em conta prioridades, vulnerabilidades e potencialidades. Receita foi dada pelo economista Pedro Afonso Gomes, durante III Curso de Formação Sindical da CNTU.

Foto: Rita Casaro

O tema, essencial ao dia a dia das entidades, foi colocado em pauta no III Curso de Formação Sindical da CNTU, realizado em 15 e 16 de outubro, em Maceió/AL, por Pedro Afonso Gomes, presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo (SindeconSP). Para o dirigente, o primeiro ponto a se ter em mente é que o gestor do sindicato está tratando de dinheiro e patrimônio que pertencem ao trabalhador. “Temos tanta responsabilidade de aplicar bem quanto o governo de gerir o dinheiro público”, enfatizou.

Confira a apresentação

O segundo aspecto fundamental, conforme Gomes, é que é de interesse dos profissionais que o seu sindicato seja bem estruturado e tenha capacidade de ação. “Entidade forte, categoria forte”, resumiu. Por fim, é preciso lançar mão de todos os recursos disponíveis “de forma ética e correta”. Assim, cabe avaliar cada um dos processos adotados e sua pertinência, a qualidade do trabalho das pessoas envolvidas, além de se dar atenção especial às finanças e à comunicação.

Pensando numa gestão estratégica das entidades, o economista pontuou ser fundamental eleger as prioridades para o trabalho. Aqui, é preciso conhecer o perfil da categoria para definir o foco das ações e perceber quais são as oportunidades. Nesse esforço, é necessário planejar e avaliar projetos, pois “sempre surgem várias ideias, mas é preciso optar por aquela que dará o melhor retorno”. Para garantir recursos, ele defendeu a busca de patrocínios, desde que não haja conflito de interesses. “O Sindicato dos Engenheiros não pedirá, por exemplo, a uma construtora”, exemplificou.

É ainda essencial saber quais são as vulnerabilidades da entidade para poder superá-las. Nesse campo, listou ele, existem inimigos externos e também internos, que podem ser a acomodação ou a falta de capacitação da equipe gestora, problemas com estrutura insuficiente ou inadequada ou limitações de investimento. Há também “vários riscos e ameaças no mundo sindical”, advertiu. Entre esses, a insegurança quanto às fontes de custeio e a possibilidade de desorganização do mundo do trabalho, como a que pode ser promovida caso seja aprovado o Projeto de Lei 4.330, que amplia a terceirização no Brasil.

Se há dificuldades, deve-se estar atento às oportunidades que ajudarão a enfrentá-las. Entre essas, Gomes salienta a importância da prestação de serviços aos associados e a seus familiares e mesmo à sociedade em geral. Exemplos são o estabelecimento de convênios com empresas dos mais diversos segmentos para oferecer descontos ou programas de cursos. “Isso é um caminho forte para que o sindicato tenha visibilidade”, afirmou. Aqui, entra a importância da valorização da “marca” da profissão e da entidade. A capacidade de negociação com fonecedores também é uma possibilidade para se poupar recursos. Para Gomes, nesse caso, a vantagem pode ser bastante ampliada se houver uma aliança entre entidades parceiras; por exemplo, os 99 sindicatos da base da CNTU.

Todo esse esforço, salientou o dirigente, deve ser feito de forma eficiente, eficaz e efetiva para que os resultados sejam obtidos. Entre outras regras, isso significa evitar desperdícios, estabelecer controles, avaliar e cumprir metas e melhorar permanentemente.

Rita Casaro/Comunicação CNTU